Quem somos?!



Pensamos a arte de uma forma livre... Foi a partir daqui que nos juntámos e formámos a C.A.L. uma comunidade aberta a ideias, projectos, abraçando alternativas ao que de convencional se faz por aí. Trabalhamos a arte no sentido de dar e abrir a públicos que procurem estímulos diferentes, num processo de desconstrução e recriação. Como refere Antonin Artaud, antes de mais nada, necessitamos de viver, necessitamos de acreditar no que nos faz viver e em que algo nos faz viver (…).
Desta forma tentamos unir artisticamente o Teatro, a Música e as Artes Plásticas numa atitude de exploração conjunta da arte, do corpo, dos materiais, sons, das palavras, das ideias, das ambiências, dos processos, dos sentidos. Procuramos desde o silêncio ao grito, explorar os limites e reencontrar a liberdade de criar, sem a dependência total das instituições e do capital como base da criação.
Descartes diz-nos: age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.
Caminhemos então em direcção às alternativas.
A.M.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Sobre a geração à rasca

Numa viagem de bus… meti-me a pensar, coisa para a qual ainda não preciso pagar nem pedir licença, e posso faze-lo em silêncio para não incomodar! Sim, porque os pensamentos desta geração fazem barulho, e incomodam mentalidades que olham de esguelha os problemas que nos impõem.

Caminham no seu paço e dizem que isto de desemprego faz acomodar, e que os jovens gostam de não fazer nenhum. Seremos assim tantos a sofrer desse mal? Será que somos mesmo nós que não queremos fazer?

Somos tantos… tantos os que querem e por incapacidade não podem… Capazes mais que nunca, só barreiras se levantam.

Somos criativos muitos, “idiotas” tantos, convictos grande parte, perdidos também, cultos de tanto que estudamos à espera de um trabalho, livres porque sim, destemidos porque queremos, rebeldes também, alcoólicos obviamente, desinteressados alguns, apaixonados outros, inteligentes, burros, parvos diz Deolinda, rascas chamam-nos os “grandes”, apáticos, activos, sujeitados… somos tudo isto. Somos vagabundos sociais sem espaço para poder construir o que temos dentro.

E vem o 12º, já não chega. Licenciatura, o que é isso? Agora Mestrado, Srs. mestres de nada… Doutoramento? Para quê? Quando?!

Pois. Lá vem o tacho que o primo arranjou, ou o cordel que mexeu o tio… e a carteira dos pais que podem.

E nisto passamos 30 anos da vida na escola, a aprender, aprender, aprender?!, ” aprender”, a apren… apre… ap….aaaaaaaaaaaa…..

Pois bem. Estaremos juntos na estupidez profunda do que nos oferecem, e da nossa parte, não deixaremos de fazer barulho, de mexer e agitar as águas. Sentar-nos-emos em todas as mesas de quem nos queira ouvir, e ainda pagamos o café!

Só nunca esquecendo quem somos e de onde viemos, para que nesta luta pelo trabalho não nos tornemos escravos de uma sociedade que formata cabeças! Se pretendemos ter um pouco do que merecemos, ao menos que dentro desse pouco o façamos na autenticidade daquilo que somos, porque de modelos standard já estamos todos fartos e são esses modelos que nos deixam agora aflitos na nossa individualidade.

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