Quem somos?!



Pensamos a arte de uma forma livre... Foi a partir daqui que nos juntámos e formámos a C.A.L. uma comunidade aberta a ideias, projectos, abraçando alternativas ao que de convencional se faz por aí. Trabalhamos a arte no sentido de dar e abrir a públicos que procurem estímulos diferentes, num processo de desconstrução e recriação. Como refere Antonin Artaud, antes de mais nada, necessitamos de viver, necessitamos de acreditar no que nos faz viver e em que algo nos faz viver (…).
Desta forma tentamos unir artisticamente o Teatro, a Música e as Artes Plásticas numa atitude de exploração conjunta da arte, do corpo, dos materiais, sons, das palavras, das ideias, das ambiências, dos processos, dos sentidos. Procuramos desde o silêncio ao grito, explorar os limites e reencontrar a liberdade de criar, sem a dependência total das instituições e do capital como base da criação.
Descartes diz-nos: age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.
Caminhemos então em direcção às alternativas.
A.M.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Processo do V.D'ENTRO SONHO

Do que falamos?

Das viagens incontroláveis dos sonhos, das imagens que vivem dentro e que custam lembrar quando acordamos.

Falamos das metamorfoses incontroláveis dos recalcamentos, que por vezes nem recalcamentos são, mas a opressão a poder-se dizer o que realmente perturba e se sente.

Partiu de dentro, do que queremos dizer, falar, do que bate no fundo agora, agora que somos o que somos, com as perguntas e duvidas que temos.

Falamos de nós, e fundimo-nos no sonho de alguém.


"Quem sou eu? Achas que sabes? Diz-me então! Quem sou eu? Não sabes! Eu sou isso! Tenho aqui a resposta, a minha alma, basta quereres! Vês é só um espelho. Mas tu queres saber o que reflecte, não queres? Não queiras!! Mas um dia saberás como todos os que quiseram saber e se arrependeram. Diz-me quem devo ser, ser o quê, porquê? Quem sou eu? Eu sou tu!

(Dany)

"Escrevo o teu nome por toda a parte. Tento arrancar a pedra que me pesa no peito... Sai! Sai! A libertação da besta dentro de mim... A necessidade de me livrar desta loucura, deste amor, deste peso...

A libertação da besta que preenche o meu corpo... este corpo que está cheio, pesado, magoado, cheio de raiva, cheio de medos, cheio de tudo e, ao mesmo tempo, de nada."
(Joana)
"És repugnante à razão, ficaste à espera do teu futuro planeado e agora já passou e nem correu como querias. Não percebes? Não vês? Não sentes? Não tens de olhar sem gosto nem de gostar sem ver.
Continua na tua guerra, na puta da tua luta privada."
(Sofia)

"Eu sou tu! A mulher na cadeira, a mulher na mesa, a mulher na cama! Doce imagem...
O amor é uma perigosa doença mental. Ao seu toque, qualquer um vira poeta. O amor pode fazer um cão ladrar em versos!
Nesta matéria, os olhos dos homens são sempre maiores que os seus estômagos. Eles têm violentos apetites, mas logo terminam o jantar. Deixa... É só o nada a bater-nos à porta. É uma imagem que sonhamos. É algo teu, e a mim importa-me que estejas a meu lado, enquanto o medo vai dançando à nossa volta."
(Rubi)
"Evoco incessantemente nomes de problemas para me convencer de que um dia a fome passará.
Consumo, consumo, consumo. Vivemos no mundo do tudo o que consigas comer a toda a hora. São como um enxame de gafanhotos em calças elásticas, um exército de pirilampos desorientados que emergem numa carnificina de luzes"
(Telmo)
"Quem são estas pessoas? Quem és tu?
Um dia vou agarrar no teu coração e fazer com ele o que fizeste com o meu.
Rasguei-te, limpei o meu corpo com os teus restos, vomitei-te e comi o vómito.
Fiquei cego por te tocar.
Da pedra mais preciosa fizeste o calhau mais duro.
Eu sei que choro, mas eu posso.
Não é segredo, sou eu!
Disseste que a pedra te pesava no peito e eu morro por tudo aquilo que te fiz."
(Henrique)
"É esse o meu novo fascínio, o de saber que tenho o poder de te fazer mal só porque sim. Às vezes gostava de experimentar só para saber como é ser Deus por um dia."
(Diana)

"Ser o quê? e porquê? Saber muda tudo. Resumidamente procuramos o que está dentro de nós e eu, eu quando for um grande rei ninguém me vencerá... What a malicious lie, a esperança é perigosa, pode tornar um homem louco, perder a razão, tornar-se doido, alienado, demente, apaixonado ou furioso"
(Mafalda)

"Queremos ser como tu, queremos a tua cara, o teu corpo, a tua pele, o que cheiro, queremos a tua arrogância, a tua mentira e a tua falsidade, queremos o teu umbigo, queremos tudo o que és, queremos todos os egos à nossa volta"
(Diana)

"Sou uma amante fanática da liberdade"
(Vanda)

"Olhem, vejam, eu consegui e vocês estão perto, deixem-me sair quero libertar-me deste espaço fechado, vazio, vazio do nada.
Quero libertar-me não quero a solidão, a dor a raiva.
Quero sair, deixem-me libertar."
(Cristina)

"Fizemos didascálias de uma obra sem personagens..."
(Pimenta)