Quem somos?!



Pensamos a arte de uma forma livre... Foi a partir daqui que nos juntámos e formámos a C.A.L. uma comunidade aberta a ideias, projectos, abraçando alternativas ao que de convencional se faz por aí. Trabalhamos a arte no sentido de dar e abrir a públicos que procurem estímulos diferentes, num processo de desconstrução e recriação. Como refere Antonin Artaud, antes de mais nada, necessitamos de viver, necessitamos de acreditar no que nos faz viver e em que algo nos faz viver (…).
Desta forma tentamos unir artisticamente o Teatro, a Música e as Artes Plásticas numa atitude de exploração conjunta da arte, do corpo, dos materiais, sons, das palavras, das ideias, das ambiências, dos processos, dos sentidos. Procuramos desde o silêncio ao grito, explorar os limites e reencontrar a liberdade de criar, sem a dependência total das instituições e do capital como base da criação.
Descartes diz-nos: age com mais liberdade quem melhor compreende as alternativas em escolha. Quanto mais claramente uma alternativa apareça como a verdadeira, mais facilmente se escolhe essa alternativa.
Caminhemos então em direcção às alternativas.
A.M.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um quarto cujo tecto me ameaça como um par de tesouras abertas. Janelas de águas-furtadas. Estou na cama deitada como cascalho. Todas as conexões se vão partindo. Deixo vagarosamente cada ser que amo, vagarosa, cuidadosa, completamente. Digo-lhes o que lhes devo e o que me devem. Guardo-lhes os últimos olhares e o último orgasmo. A minha casa está vazia, inundada de sol, viva de reflexos, o seu silêncio cheio de implicações, imagens secretas que um qualquer dia me enlouquecerão na altura em que deterei de pé frente às paredes brancas, ouvindo mais do que é possível e vendo mais do que é humanamente tolerável. Deixo-os a todos. Morro num quarto-tesoura despossuída de amores e de pertenças, nem sequer constando do livro de registos do hotel. Neste mesmo instante sei que se ficasse alguns dias neste quarto uma vida completamente nova poderia começar - como a cicatrização da carne depois de uma operação. Mas mais do que o terror da morte é o receio desta vida nova que me mantém acordada. Salto da cama e saio deste quarto que me envolve como uma túnica envenenada, apoderando-se da minha imaginação, corroendo-me a memória de tal modo que em sete tempos terei esquecido quem sou e quem amei.

Era o quarto número 35 onde na manhã seguinte poderia ter acordado louca ou puta.


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Venho por este meio convidar todos os interessados para a inauguração da Exposição de Gravuras de Daniel Figueiredo no Espaço Reflexo, em Sintra, no dia 4 de Fevereiro com início às 21:00h. Obrigado!!